terça-feira, 17 de novembro de 2009

Os alunos do 6º semestre Pedagogia - noturno organizaram uma exposição sobre a Educação Infantil Italiana e as alunas Simone Cordeiro e Tatiana D`Elia escreveram sobre o que podemos aprender com essa abordagem educacional dedicada à primeira infância:



Texto da aluna Simone:

O avanço do Brasil no que diz respeito à oferta de qualidade para a Educação Infantil está arraigada a conceitos que ainda precisam ser modificados e esclarecidos no que diz respeito à idéia assistencialista, presente tanta na educação pública quanto na particular. Ademais, o conceito do cuidar e principalmente o do educar de forma integral e positiva ao desenvolvimento da criança pequena, deve ser entendido como um processo primordial e essencial para a construção da sociedade. A experiência italiana em Reggio Emilia é eficaz e de resultados porque conta hoje com uma rede complexa e participativa das esferas centrais de sua sociedade: município, sindicatos, trabalhadores, pais e escola. É uma integração harmônica e fortemente enlaçada nos mesmos ideais. O esforço é coletivo e os resultados beneficiam a todos. Os italianos conseguiram modificar no subconsciente da sociedade que a idéia da assistência é na verdade, uma prática tanto do cuidar quanto do educar da criança pequena e que viabiliza a construção integral do seu desenvolvimento. Este trabalho se torna eficaz e confiável à medida em que a sociedade participa ativamente no dia-a-dia da creche italiana e periodicamente toma ciência das atividades realizadas e elaboradas através das Amostras dos Projetos nas creches e no acompanhamento do Caderno de Registros. É de fato uma pedagogia de relações que, para a realidade brasileria, surtirá resultados à partir de uma reordenação de pensamentos, atitudes e a conscientização do esforço de uma real mudança na Educação Infantil Brasileira.
Simone de Carvalho


Texto da aluna Tatiana:

A pedagogia italiana a pelo menos 30 anos começou a investir na educação infantil repensando principalmente suas concepções de infância, a importância desses locais nas comunidades e qual as possibilidades de intervenção que fariam com que a instituição de educação infantil fosse um meio de contribuir socialmente para a formação de cidadãos italianos.
Para que isso acontecesse houve um grande investimento na estruturação e qualificação dos locais e profissionais envolvidos com a educação dessas crianças e investiram também fortalecendo a educação pública, ou seja, garantindo de forma democrática o atendimento e dando qualidade pedagógica às escolas através de projetos pedagógicos e trabalhos de qualidade que priorizam o desenvolvimento integral da criança e dessa forma começam a se diferenciar e mostrar a sociedade e comunidade que é bom o ambiente da escola para as crianças pequenas.
Também chamaram essa comunidade e pais a participarem efetivamente e democraticamente do processo de construção de conhecimento desenvolvidos na escola, assim, acredito que à educação brasileira falta a vontade política e investimentos efetivos na educação infantil, falta dar aos professores possibilidade de estarem estudando e se aperfeiçoando e que esses profissionais, assim como todos os envolvidos nos processos educativos encarem esse trabalho como uma complementação da educação da família, onde o trabalho de um não desmerece o do outro, pelo contrário, que sejam parceiros e igualmente comprometidos a fim de trabalharem para garantir as crianças o direito da educação, cidadania, solidariedade, autonomia de uma forma agradável, adequada e democrática.

Tatiana D’Elia

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A Viagem de formação é um caminhar permanente. Discutimos em sala de aula que a Formação Inicial é apenas o começo da caminhada. A aluna Denise Camargo do 8º semestre reflete sobre o trabalho coletivo na escola.
A importância do trabalho coletivo

Porque se faz necessário hoje na escola um trabalho coletivo? Quais seriam as contribuições e benefícios dele?
Se pensarmos na realidade social, podemos perceber que a escola hoje, não trabalha com único modelo de aluno e de realidade, muito menos distante de diferentes contextos. O ambiente escolar esta permeado de heterogeneidade tanto em sua clientela como nos profissionais que nela atuam.
Diante deste quadro, é nítida a necessidade de uma escola mais participativa e articulada, que consiga olhar para além de seus muros e pensar em atuações pertinentes aquela realidade.
Para que isto ocorra, existe a necessidade de reflexão coletiva, onde gestão, professores e comunidade pensem em estratégias que garantam a aprendizagem dos alunos.
A reflexão a qual me refiro parte da observação dos problemas (fracassos) existentes em cada escola, para que haja o diálogo, a reflexão do que pode ser implementado para solucionar estes problemas. Neste sentido, a escola como um todo, simultaneamente se avalia, conhece a si e consegue criar um plano de ação (planejamento) para a sua realidade.
Todos os membros da escola (direção, coordenação e professores) passam a “falar a mesma língua” e se reconhecem na proposta do trabalho por terem sido agentes de sua construção.
O dialogo, a troca de experiências contida no trabalho coletivo ainda faz com que todos se ajudem e colaborem nas dificuldades, ou seja, o que ocorre na sala do vizinho é o mesmo que ocorre na minha, porém a estratégia dele junto da minha pode fazer com que entendemos o que de fato sucede e de que outra maneira podemos atuar juntos.
Os benefícios alcançados são inúmeros apesar do ardo trabalho, os resultados são consideráveis. O maior deles, seria de fato a escola olhar para si, para a sua realidade, para as suas necessidades, suas demandas e a partir disto, considerar o seu contexto para garantir uma atuação eficaz.
As pessoas assim, aprenderiam e atuariam em seus contextos, apoiado em um projeto em que, conforme afirma Alarcão, “aprendem os que nela trabalham e os que nela estudam”.
Pensar em si, é possível com um trabalho coletivo consistente e coerente que valorize as pessoas nela contida, que dê autonomia para o seu trabalho.
È preciso romper com concepções tradicionais que por algum tempo “deram conta das demandas de ensino”, rompendo ainda com o saudosismo de que aquela era boa e passar a olhar para as novas demandas da escola pensando, refletindo, enfim no que precisa ser feito e não ficar apontando para oque está errado.
Portanto, é importante parar com lamurias e partir para ações.

Denise de O. Camargo

quinta-feira, 5 de março de 2009

A Educação Infantil na Universidade
Os alunos do curso de Pedagogia da Unicapital são sujeitos de um processo de formação bastante singular possibilitado pela grade curricular que desde 2001 é organizada com o propósito de formar conjuntamente o professor de Educação Infantil e do Ensino Fundamental. A singularidade dessa experiência deve ser destacada como uma contribuição para a área da Educação Infantil bem como para o novo perfil dos seus profissionais.
Considerando que a Educação Brasileira tem na Constituição de 1988 um marco importante na conquista legal do direito à Educação, é relevante destacar a experiência da Unicapital na formação desses futuros professores que, a partir de uma formação intensa na Educação Infantil, constroem um olhar integrado para a infância de zero a dez anos, no âmbito da Educação Básica, da qual a Educação Infantil passou a fazer parte com as novas determinações da Constituição.
São raros os cursos de Pedagogia que tiveram iniciativa de incluir em sua grade curricular a formação conjunta do professor que é capacitado para atuar tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental. Tal processo de formação tem permitido aos alunos da Unicapital lançar um olhar para a trajetória da criança como um percurso integrado e contínuo.
Este blog é fruto de uma parceria inaugurada com um projeto que desenvolvi em 2008 juntamente com um grupo de alunos do curso de Pedagogia, que resultou na implantação de uma brinquedoteca em um abrigo para crianças de 0 a 6 anos. Ampliamos agora, neste espaço, as reflexões acerca de temas pertinentes à formação do professor de educação infantil, divulgando, debatendo e construindo trajetórias de formação.
Inauguramos este blog destacando nossa trajetória. A característica da grade curricular da Unicapital torna a viagem formativa de vocês, meus caros alunos, única e especial. Agradeço pela oportunidade de partilhar essa experiência com vocês!


Para os meus alunos
A formação como uma Viagem
“A formação que leva cada um a si mesmo e não define antecipadamente o resultado é pensada como uma aventura. E uma aventura é uma viagem no não planejado e não traçado antecipadamente, uma viagem aberta em que pode acontecer qualquer coisa, e na qual não se sabe onde se vai chegar, nem mesmo se vai chegar a algum lugar. E a experiência formativa seria, então, o que acontece numa viagem e que tem a suficiente força como que alguém se volte para si mesmo, para que a viagem seja uma viagem interior.
A formação é uma viagem aberta, uma viagem que não pode estar antecipada, e uma viagem interior, na qual alguém se deixa influenciar a si próprio, se deixa seduzir e solicitar por quem vai ao seu encontro, e na qual a questão é esse próprio alguém, a constituição desse próprio alguém, e a prova e desestabilização e eventual transformação desse próprio alguém.”
Jorge Larrosa.